Movimento e matriz extracelular sob a ótica do Guimberteau
Descubra como o movimento humano influencia diretamente a matriz extracelular (MEC), uma rede dinâmica que conecta e sustenta todos os tecidos do corpo. Segundo o cirurgião francês Jean-Claude Guimberteau, a MEC não é apenas um preenchimento, mas um sistema vivo e adaptável, capaz de se reorganizar conforme as demandas mecânicas do movimento. Entenda como ações simples como rastejar, engatinhar, saltar e correr remodelam a MEC, favorecendo hidratação fascial, transmissão de forças, sinalização celular e equilíbrio estrutural. Saiba por que cultivar a variabilidade e a qualidade do movimento é essencial para a saúde, mobilidade e longevidade da matriz extracelular e, consequentemente, de todo o corpo humano.
9/3/20252 min read


O movimento humano não acontece apenas pelas contrações musculares e ativações articulares, mas também pela forma como a matriz extracelular (MEC) envolve todos os tecidos. O cirurgião francês Jean-Claude Guimberteau trouxe contribuições fundamentais ao mostrar que a MEC não é um simples “preenchimento”, mas sim um tecido vivo, dinâmico e adaptável, que se organiza e transmite forças em todas as direções.
Através dos seus registros endoscópicos, Guimberteau revelou a arquitetura fibrilar da MEC, composta por fibras colágenas, elásticas e proteoglicanos, que formam uma rede multifractal em constante adaptação. Essa rede é plástica, capaz de se reorganizar conforme a demanda mecânica, ou seja, cada movimento que realizamos contribui para remodelar a matriz.
A importância do movimento
O movimento gera tensões mecânicas sutis que são absorvidas, transmitidas e redistribuídas pela matriz extracelular. Esse processo não só garante eficiência ao deslocamento e à sincronia dos segmentos corporais, mas também mantém a vitalidade dos tecidos, já que a MEC influencia na:
Hidratação e deslizamento fascial, fundamentais para fluidez do movimento.
Transmissão de forças nas células.
Sinalização celular, já que a MEC funciona como meio de comunicação biofísica e bioquímica.
Capacidade adaptativa dos tecidos frente a sobrecarga ou desuso.
Movimento como reorganização estrutural
Segundo Guimberteau, a estrutura física deve ser compreendida como um sistema tensional contínuo. Isso significa que nenhuma parte se move de forma isolada; tudo está interligado pela MEC. Por isso, movimentos elementares como rastejar, engatinhar, saltar ou correr não atuam apenas em músculos específicos, mas reorganizam toda a matriz extracelular, favorecendo a harmonia estrutural e funcional da pessoa.
Sob a ótica de Guimberteau, o movimento é crucial para a preservação da matriz extracelular. Cada movimento, cada locomoção, é um estímulo que mantém a matriz ativa e saudável. Resgatar a variabilidade e a qualidade do movimento é essencial não só para a força e a mobilidade, mas também para a integridade da MEC, que sustenta a vida em seu nível mais profundo.
Bárbara Dias