Por que muitas pessoas acreditam que não gostam de correr?

Muitas pessoas acreditam que não gostam de correr, mas essa ideia geralmente vem de experiências negativas, falta de adaptação e comparações sociais. A corrida é um movimento natural e, quando praticada de forma progressiva, traz benefícios para os ossos, coração e saúde mental. Respeitar o ritmo, valorizar pequenas conquistas e enxergar a corrida como prazer, e não punição, ajuda a ressignificar essa percepção e transformar a corrida em aliada da saúde e da longevidade.

9/13/20252 min read

A corrida é um movimento natural, presente ao longo de toda a evolução humana. No entanto, grande parte das pessoas afirma: “Eu não gosto de correr”. Mas será que realmente não gostam, ou carregam crenças e experiências que moldaram essa percepção?

1. Experiências negativas anteriores

Muitas vezes, a relação com a corrida começa na escola, em testes de educação física ou treinos excessivos, marcados por dor, desconforto ou cobrança de desempenho. Essas experiências se tornam memórias aversivas e podem se transformar em crenças limitantes na vida adulta.

2. Falta de adaptação progressiva

Todos nós precisamos de adaptação. Quando alguém sedentário começa a correr de forma intensa e sem preparo, surgem dores, incômodos e fadiga precoce. Associamos automaticamente esse desconforto à prática em si, criando a sensação de “não gostar de correr”.

3. Comparação social

A cultura fitness e a comparação com corredores experientes geram frustração. O indivíduo espera correr longas distâncias ou ter alto rendimento logo no início, e quando isso não acontece, interpreta como fracasso pessoal. Isso alimenta a ideia de que “corrida não é para mim”.

4. Crenças cognitivas e emocionais

Nós buscamos evitar o desconforto. Se a corrida é percebida como difícil, cansativa ou associada a dor, a mente cria muitos empecilhos: “Eu não gosto”, “Não tenho fôlego”, “Não fui feito para correr”. Com o tempo, essas frases se tornam verdades internas, mesmo que biologicamente a pessoa seja capaz de se adaptar.

5. Falta de propósito

Quando a corrida é vista apenas como obrigação ou método de emagrecimento, perde o sentido. Como dito anteriormente, a corrida é natural ao ser humano, e a partir do momento que enxergamos os seus benefícios para a saúde óssea, cardiovascular e um excelente antídoto para gerenciar o estresse, deixamos de criar esses bloqueios que nos impedem de começar a correr.

Como ressignificar essa crença?

  • Começar devagar: alternando caminhada e corrida, respeitando o seu ritmo.

  • Valorizar pequenas conquistas: cada minuto a mais já é uma vitória.

  • Associar a corrida ao lazer, inicialmente: música, ambientes agradáveis, companhia.

  • Mudar o foco: entender que correr não é punição, mas um estímulo poderoso para coração, pulmões e ossos.

Não gostar de correr muitas vezes não é uma verdade absoluta, mas sim uma crença moldada por experiências passadas, falta de adaptação e percepções negativas da sociedade. Quando o movimento é compreendido pela ótica da morfofuncionalidade humana, a corrida deixa de ser um sofrimento e passa a ser um recurso potente de saúde, vitalidade e longevidade.

Bárbara Dias - Fisioterapeuta